
Já se perguntou por que sua conta de energia não é só o valor da luz que você consome? TUST e TUSD ajudam a explicar. Entenda agora

Quando a conta de luz chega, muita gente acha que o valor cobrado é apenas pelo que foi consumido no mês. Mas, na prática, há mais coisas embutidas ali.
E duas delas merecem atenção: a TUST e a TUSD.
Essas siglas representam tarifas que você paga todo mês, mesmo sem perceber.
A TUSD é cobrada diretamente de quem está conectado à rede de distribuição.
Isso vale tanto para quem está no mercado cativo quanto para quem já migrou para o Mercado Livre de Energia.
Já a TUST, que está ligada à rede de transmissão, geralmente não aparece na conta de quem está no mercado cativo, mas ainda assim influencia os custos da energia.
Isso porque as distribuidoras pagam pela transmissão e repassam esse valor dentro do que é cobrado do consumidor final.
No caso de grandes consumidores, como indústrias que se conectam diretamente à Rede Básica, a TUST aparece como um item separado e é paga diretamente por eles.
O que são TUST e TUSD na conta de energia?
Antes de chegar à sua tomada, a energia percorre um longo caminho.
Ela é gerada em usinas hidrelétricas, solares, eólicas, termelétricas ou outras fontes. Depois, precisa ser transportada até as cidades e, por fim, distribuída até o consumidor.
É nesse trajeto que entram a TUST e a TUSD.
A TUST está relacionada à transmissão, o transporte da energia em alta tensão por longas distâncias.
Ela é paga pelos usuários da rede, como geradores, distribuidoras e alguns consumidores, conforme o uso das instalações da Rede Básica ou das Demais Instalações de Transmissão, seguindo regras da ANEEL.
Já a TUSD cobre a etapa final da cadeia, a entrega da energia já em média e baixa tensão, que passa por transformadores, postes e fios até chegar a casas, comércios e empresas.
Como TUST e TUSD impactam o custo da sua empresa?
As metodologias de cobrança da TUST e da TUSD seguem regras da ANEEL e são atualizadas periodicamente, geralmente uma vez por ano.
Esses modelos consideram os investimentos feitos na rede, os custos de operação e critérios técnicos e econômicos.
Existe inclusive um princípio básico por trás de tudo isso: quem usa mais a infraestrutura paga mais.
No caso da TUST, o cálculo começa com a Receita Anual Permitida, que define quanto cada transmissora pode receber pelo uso da rede.

A partir daí, a CCEE aplica um modelo chamado Programa Nodal, que leva em conta os ativos conectados, como geradores e consumidores, e distribui os custos conforme o uso da rede.
A TUST pode variar conforme o tipo de uso da rede. Por exemplo:
• Rede Básica, usada por consumidores conectados diretamente ao sistema de transmissão, como grandes indústrias e distribuidoras.
• Demais Instalações de Transmissão, estruturas específicas como transformadores ou conexões locais.
A TUSD, por sua vez, é definida nas revisões tarifárias das distribuidoras. Ela leva em conta dois componentes principais:
- Energia consumida, medida em reais por megawatt-hora (R$/MWh), que corresponde ao volume de energia que circula até o ponto de consumo.
- Demanda contratada, medida em reais por quilowatt (R$/kW), uma espécie de reserva de capacidade na rede, como se fosse um aluguel da infraestrutura. Consumidores residenciais também pagam a TUSD, mas sem necessidade de contratar demanda.
Onde essas tarifas aparecem na sua conta?
Para quem está no mercado cativo, a TUSD pode ser exibida de forma separada, dependendo da distribuidora.
A TUST, na maioria das vezes, não aparece diretamente, pois já está embutida no preço da energia.
No Mercado Livre de Energia, tanto a TUST quanto a TUSD costumam ser apresentadas de maneira mais transparente, o que permite uma análise mais
O que muda com a MP 1.300/2025?
Publicada em maio de 2025, a Medida Provisória nº 1.300 trouxe novas regras sobre os descontos nas tarifas TUST e TUSD aplicado aos consumidores que adquirem energia incentivada.
A partir de 1º de janeiro de 2026, esses descontos só serão mantidos para contratos com montante de energia definido e registrados na CCEE até 31 de dezembro de 2025.
Ou seja, novos contratos a partir de janeiro de 2026 não terão mais acesso a esse benefício.
A MP também exige que a CCEE apure anualmente a diferença entre o volume contratado com desconto e o que foi efetivamente utilizado.
A Câmara também será responsável por fiscalizar essas regras e reportar eventuais irregularidades à ANEEL.
Por que vale a pena entender tudo isso?
Você não precisa virar um especialista em energia.
Mas saber o básico sobre TUST e TUSD já ajuda a entender melhor sua conta de luz e, principalmente, a identificar oportunidades.
Se você é gestor, diretor ou dono de empresa, compreender essas tarifas pode ser o ponto de virada entre aceitar um custo ou transformá-lo em ganho estratégico.
Na Safira Energia, é isso que fazemos todos os dias. Transformamos conhecimento técnico em clareza para o cliente.
Traduzimos a complexidade da energia para que sua empresa possa pagar menos, consumir melhor e crescer com eficiência.