

A inteligência artificial molda o futuro do setor energético global de maneira cada vez mais profunda.
Em um cenário marcado por mudanças climáticas, pressões econômicas e aumento no consumo de eletricidade, a tecnologia deixa de ser um diferencial. Ela passa a ser um pilar essencial para garantir eficiência, segurança e sustentabilidade energética.
Não estamos falando apenas de prever demanda ou automatizar operações. A IA vem se tornando o cérebro por trás de uma matriz elétrica mais diversa e inteligente.
Ela é capaz de equilibrar diferentes fontes, como renováveis, térmicas e nucleares, em tempo real.
Com algoritmos avançados, a IA analisa dados climáticos, variações de consumo e capacidade de geração para otimizar cada ponto da cadeia energética.
O resultado é uma matriz mais confiável, limpa e com preços mais competitivos.
Qual o papel das fontes renováveis no avanço da inteligência artificial na energia?
As fontes renováveis, como a energia solar e eólica, são peças-chave nesse novo modelo.
De acordo com a Ember, em 2024, mais de 40% da eletricidade mundial foi gerada a partir de fontes limpas.
Esse é o maior percentual da história. Esse avanço, impulsionado por políticas públicas e inovação tecnológica, exige inteligência na gestão. E é justamente aí que a IA entra.
A energia solar, por exemplo, é intermitente. Produz muito ao meio-dia e pouco à noite. Sem uma gestão inteligente, isso vira um desafio.
Com IA, é possível prever produção com base em variáveis meteorológicas, acionar armazenamento em baterias no momento certo e distribuir energia de forma estratégica. Tudo isso em tempo real.
Por que o consumo global de energia está crescendo e como a IA pode ajudar?

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o consumo de eletricidade deve crescer 4% ao ano até 2027.
Esse aumento é puxado pela eletrificação da indústria e do transporte, pela expansão dos data centers e pelo uso crescente de ar-condicionado.
Cerca de 85% desse crescimento virá de mercados emergentes, como China, Índia e países do Sudeste Asiático.
Para atender a essa demanda, as fontes renováveis e nucleares precisarão crescer rapidamente.
A previsão da IEA é que a energia solar fotovoltaica, sozinha, seja responsável por metade do incremento necessário.
Mas o crescimento por si só não basta. É preciso inteligência para operar esse sistema. A IA torna essa operação possível, segura e econômica.
Como o Brasil se posiciona na transição energética com apoio da IA?

O Brasil é um dos protagonistas da transição energética.
Em outubro de 2024, o país instalou 8,87 GW de energia renovável, principalmente solar e eólica.
Esse avanço precisa ser sustentado por uma matriz resiliente. É aqui que a inteligência artificial assume papel estratégico.
Com eventos climáticos extremos impactando as hidrelétricas, o país começa a investir mais em armazenamento de energia e tecnologias preditivas.
Sistemas baseados em IA são capazes de simular diferentes cenários de oferta e demanda.
Isso reduz riscos e aumenta a previsibilidade. Em outras palavras, ajuda a transformar a abundância de recursos renováveis em vantagem energética real.
Qual o impacto da inteligência artificial na tomada de decisão energética?
A inteligência artificial molda o futuro do setor energético global ao ampliar significativamente a capacidade de tomada de decisão.
Com algoritmos que analisam milhões de dados em tempo real, a tecnologia atua desde a geração até a distribuição.
Isso inclui monitoramento, precificação, manutenção preventiva e análise de performance.
Ela permite, por exemplo, que usinas eólicas ajustem suas turbinas conforme mudanças de vento.
Operadoras de rede antecipam picos de consumo. Consumidores finais visualizam oportunidades de economia.
Mais do que automatizar, a IA oferece visão estratégica. E isso muda tudo.