A formação de preços de energia elétrica no Brasil é sustentada por uma cadeia de modelos matemáticos que representam a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN).
O primeiro modelo dessa cadeia é o NEWAVE, que tem como objetivo o planejamento da operação do sistema no médio prazo, ou seja, até 5 anos à frente.
Para que o modelo decida quais usinas térmicas serão chamadas para atender à carga e quanto cada usina hidrelétrica irá gerar, levando em conta as incertezas hidrológicas, são utilizadas uma série de aproximações.
A principal delas é a representação agregada das usinas hidrelétricas, considerando alguns aspectos importantes. No entanto, alguns detalhes individuais não são representados, como vertimentos controláveis e a valoração individual da água em cada reservatório.
Com o objetivo de melhorar a representação do sistema e aproximar as simulações dos modelos em relação à operação real, foi desenvolvido o NEWAVE Híbrido, uma nova versão do modelo de médio prazo que representa, de forma individualizada, as usinas hidrelétricas nos primeiros 12 meses de planejamento.
Além de outras mudanças aprovadas, está a atualização do parâmetro de aversão ao risco, que foi ajustado para otimizar os custos da operação térmica, antecipando o despacho dessas usinas em situações hidrológicas mais secas e promovendo uma alocação mais eficiente da água nos reservatórios.
Em 25 de julho de 2024, foi aprovada a utilização dessas atualizações a partir de janeiro de 2025, sendo considerada no planejamento da operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e na formação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).
De modo geral, espera-se maior volatilidade do PLD para 2025 devido ao mecanismo de aversão ao risco. No entanto, ainda não está claro se o conjunto de atualizações resultará em preços mais caros ou mais baratos.
É importante lembrar que, mesmo com a atualização na metodologia de formação de preço, a hidrologia continua desempenhando um papel fundamental.
A aproximação do próximo período úmido e a qualidade das chuvas sobre as bacias hidrográficas continuarão impactando os preços negociados, uma vez que as projeções futuras de PLD afetam o comportamento do mercado e, consequentemente, os consumidores que ainda estão descontratados.
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