O veranico atinge a Região Sudeste em fevereiro, trazendo calor extremo e impacto no consumo de energia e produtos sazonais de verão


Desde o início do período úmido, a chuva foi intensa e abasteceu os principais reservatórios de energia do Brasil.
Em algumas regiões, como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Amazonas, o acumulado chegou a 1.000 mm em apenas 90 dias.
Já nas bacias hidrográficas do Grande e do Paranaíba, entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, o volume ultrapassou 700 mm, dentro da média para o período.
Agora, em fevereiro, o padrão climático muda.
Durante 15 dias, a chuva se concentrará sobre o Uruguai, provocando um veranico no Sudeste.
Esse fenômeno resultará em tempo seco e temperaturas elevadas.
Entre os dias 15 e 20 de fevereiro, São Paulo pode registrar máximas acima de 35 °C, enquanto o Rio de Janeiro pode ultrapassar 40 °C, com sensação térmica ainda maior devido à umidade relativa do ar.
Impactos do veranico no consumo de energia e produtos sazonais
Os altos volumes de chuva dos últimos meses garantem níveis elevados dos reservatórios para enfrentar este período mais seco.
No entanto, o calor intenso impulsionará o consumo de energia, especialmente com o uso de ar-condicionado e ventiladores.
O setor de vendas de produtos de verão também será beneficiado.
A demanda por bebidas geladas, ventiladores, roupas leves e protetores solares deve aumentar significativamente.
Esse cenário não é comum durante a influência do La Niña, mas a fraca intensidade do fenômeno permite essa anomalia.
Impacto na agricultura e previsão para os próximos meses
Para a agricultura, a inversão da chuva acontece de forma tardia.
Enquanto as Regiões Sudeste e Centro-Oeste tiveram excesso de precipitação, a Região Sul e a Argentina enfrentaram estiagens severas, comprometendo as lavouras de milho e soja, especialmente no Rio Grande do Sul.

Já em março, a chuva retorna ao Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Em abril, o destaque será a precipitação intensa em Tucuruí, Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, garantindo abastecimento de energia elétrica para os principais centros consumidores do país.
A partir de maio, o padrão climático entra em sua fase normal, com redução das chuvas na maior parte do Brasil.
No entanto, será necessário monitorar eventuais episódios de chuva no Subsistema Sul e no fio d’água do Sudeste.
Além disso, espera-se alternância entre meses frios e quentes até agosto.