Já pensou se fosse possível escolher de quem comprar a energia que movimenta seu negócio? O mercado livre de energia tornou isso possível. O que antes parecia exclusivo para grandes indústrias já virou realidade para milhares de empresas no Brasil

De uns tempos para cá, o setor elétrico no Brasil começou a sair da mesmice.
As regras, que pareciam imutáveis, vêm se ajustando a uma nova lógica de consumo, mais aberta e conectada à realidade das empresas.
Uma das principais mudanças tem sido o avanço do mercado livre de energia, que vem conquistando espaço entre negócios de todos os tamanhos.
Nos últimos 12 meses, mais de 28 mil novas unidades passaram a comprar energia no mercado livre.
É um número que, por si só, mostra como essa opção vem ganhando força.
De acordo com a CCEE, esse modelo já responde por cerca de 40% do total de energia consumida no Brasil, uma participação que, até pouco tempo, era impensável para a maioria das empresas.
O que move esse crescimento não é segredo. As empresas estão atrás de mais controle, previsibilidade e, claro, redução de custos.
Três pilares que o mercado livre consegue entregar com mais flexibilidade.
Como funciona o mercado livre de energia e o que muda para sua empresa
No modelo tradicional, chamado de mercado cativo, o consumidor é obrigado a comprar energia da distribuidora que atende sua região.
Nomes conhecidos como Enel, CPFL, Light ou Equatorial. Os preços e reajustes são definidos por órgãos reguladores, o que limita a autonomia de quem consome.
No mercado livre, a dinâmica é diferente.
No lugar de aceitar uma única oferta engessada, a empresa pode conversar diretamente com fornecedores, montar um contrato com a sua cara e até escolher qual tipo de energia faz mais sentido para seu negócio.
É possível definir o prazo, negociar preços e até optar por fontes renováveis.
Está planejando reduzir custos? Talvez o primeiro passo seja olhar para algo que sempre esteve ali: a fatura de energia.

Quem pode aderir ao mercado livre de energia em 2025
O acesso ainda não é universal. Atualmente, podem migrar as empresas que se enquadram no chamado Grupo A, aquelas conectadas em média ou alta tensão, geralmente com faturas acima de R$ 10 mil por mês.
Durante muito tempo, apenas grandes consumidores podiam participar.
Mas essa realidade começou a mudar com a Portaria Normativa nº 50, publicada em 2022 pelo Ministério de Minas e Energia.
A nova regra permitiu que qualquer consumidor de alta tensão pudesse entrar nesse mercado, mesmo sem um consumo elevado.
Essa abertura tem trazido mais competitividade e ampliado o leque de empresas que podem se beneficiar do modelo.
Vale a pena migrar para o mercado livre de energia? Veja os números
Para muitas empresas, sim. Mas não é uma regra que se aplica automaticamente a todos os casos.
O que realmente faz a diferença é a forma como o contrato é montado, o momento em que ele é fechado e o quanto a empresa está disposta a planejar.
O preço da energia no mercado livre costuma oscilar, dependendo do clima, da oferta disponível, da demanda e até das chuvas nos reservatórios.
Mesmo com essas variações, os números recentes ajudam a entender por que tanta gente tem migrado.
Em abril de 2025, por exemplo, o megawatt-hora no mercado livre saiu, em média, por R$ 187. Já no mercado regulado, o valor passou dos R$ 290.
O que muda no fornecimento de energia ao migrar para o mercado livre
Sim. Mesmo após a migração, a distribuidora da sua região continua sendo a responsável pela entrega da energia e pela manutenção da rede elétrica.
Se houver uma queda de energia, por exemplo, o contato permanece o mesmo.
A mudança ocorre apenas na forma de contratação, não na infraestrutura física.
Em outras palavras, a luz continua chegando do mesmo jeito. O que muda é o contrato por trás dela.
No mercado livre de energia, posso trocar de fornecedor?
Sim, e essa é uma das vantagens mais valorizadas. Quando o contrato termina, o consumidor não fica preso.
Ele pode renovar com quem já conhece ou avaliar novas propostas no mercado. Isso abre espaço para renegociar e garantir condições ainda melhores.

Como funciona o retorno do mercado livre de energia para o regulado
Embora exista essa possibilidade, o retorno não é imediato.
A legislação permite que as distribuidoras levem até cinco anos para aceitar um consumidor de volta.
Por isso, a decisão de migração precisa ser estratégica e bem planejada.
Na prática, empresas que fazem essa transição com o apoio de especialistas dificilmente cogitam voltar.
A experiência tende a ser positiva quando o processo é bem conduzido.
Por que o mercado livre de energia está crescendo no Brasil
Durante muito tempo, energia era tratada como um custo fixo, quase inevitável.
Poucos paravam para pensar que havia margem para questionar aquele número que aparecia na fatura todos os meses. Mas essa mentalidade está mudando.
O mercado livre está dando voz a quem consome. E isso tem feito diferença.

Empresas dos mais variados setores estão redescobrindo o papel estratégico da energia no orçamento.
De centros logísticos a galpões industriais, de redes de supermercados a hospitais, muitas já entenderam que escolher como comprar energia é, também, escolher como crescer.
Essa não é uma tendência passageira. É uma nova forma de enxergar a energia como ativo estratégico, não como despesa engessada.
Com conhecimento técnico, planejamento e um parceiro confiável, migrar pode ser mais simples do que parece.
Se você sente que sua empresa já deveria estar operando de forma mais inteligente quando o assunto é energia, talvez essa seja a hora certa de agir.
Porque transformar um custo em uma escolha é, muitas vezes, o que separa uma empresa comum de um negócio mais competitivo.