Vazões diminuem nos Subsistemas Norte e Nordeste em fevereiro com enfraquecimento da ZCAS
Nos últimos dias, a atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) trouxe chuvas intensas para as Regiões Norte e Nordeste, além de estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
Um exemplo significativo foi registrado no último domingo, em Ipatinga (MG), onde o acumulado chegou a 200 mm em 24 horas, segundo dados do Cemaden, o que causou enxurradas e deslizamentos de encosta.
Enfraquecimento da ZCAS e os impactos na agricultura
Na agricultura, a forte precipitação interrompeu atividades de campo, especialmente em Mato Grosso, próximo ao período de colheita da soja e plantio da segunda safra.
Por outro lado, na Bahia, nas áreas ao longo da bacia do São Francisco, as chuvas intensas aumentaram a umidade do solo, atenuando as perdas na primeira safra de milho.
Vendas prejudicadas por temperaturas baixas
No setor de comércio, o fenômeno La Niña, mesmo que com intensidade fraca e tardia, impactou negativamente as vendas de produtos sazonais, como condicionadores de ar e bebidas geladas.
Em São Paulo, por exemplo, o aeroporto de Congonhas registrou mínimas de 16°C na primeira quinzena de janeiro, cenário diferente do ano anterior, quando o El Niño trouxe temperaturas mais elevadas.
Contribuições para o setor energético
No setor de energia, as chuvas intensas no centro e norte do Brasil aumentaram os níveis de vazão e armazenamento dos reservatórios.
Durante esse período, as vazões alcançaram 100% da Média de Longo Termo (MLT) nos Subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste simultaneamente.
Esse desempenho, observado pela última vez em 2023, foi raro na década anterior.
Mudanças climáticas nas próximas semanas
Entre os dias 19 e 25 de janeiro, o clima passará por mudanças significativas.
As chuvas diminuirão nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, enquanto a Região Sul receberá volumes acima da média.
Essa redução das precipitações em grande parte do país resultará no aumento das temperaturas, favorecendo a retomada de atividades agrícolas, a venda de produtos relacionados ao calor e uma leve redução nas vazões de bacias como as do Araguaia e do Tocantins, sem comprometer a geração de energia elétrica.
Perspectivas para fevereiro
Apesar da influência de um La Niña fraco, as chuvas continuarão oscilando pelo país.
No final de janeiro e início de fevereiro, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste terão precipitações mais intensas, com destaque para a bacia do Paraná.
Consequentemente, São Paulo e Rio de Janeiro apresentarão temperaturas mais amenas, contrastando com o calor da semana anterior.
De maneira geral, as simulações indicam para fevereiro uma alternância de chuvas entre as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
As fortes precipitações observadas no Norte e Nordeste no início do ano não devem retornar em breve.
Somente no final do verão há possibilidade de formação de um corredor de umidade, trazendo chuvas mais modestas para essas regiões, inferiores aos volumes registrados na primeira quinzena de janeiro.